Recomendo, como instituição indispensável nesrta área., a Sociedade de Língua Portuguesa.
http://www.slp.ptPARA UMA POLÍTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA A criação de uma política eficaz de Língua Portuguesa é uma necessidade que desde há muito se faz sentir. Na verdade, poucos são os que, em consciência, têm exaltado a necessidade de uma acção concertada com o objectivo concreto de defender e divulgar um idioma no qual foram escritas algumas das melhores obras da literatura universal. Para melhor se adaptar às mutações (e, por vezes, agressões) de que tem sido alvo, a Língua necessita que sobre ela se faça uma profunda reflexão. Não basta falar-se, em abstracto, de uma Política de Língua. Esta expressão, já gasta, traduz mais o mediatismo do significante do que a essência do significado, sendo esta última vertente a que na realidade importa.
Perante tal cenário, é necessário reunir, à mesma mesa, todos os agentes interessados em formular propostas concretas e credíveis, sem as quais será impossível criar um clima de diálogo sério sobre este tema. É necessário, de uma vez por todas, consciencializar as diversas entidades responsáveis para a urgência de se estabelecer um conjunto de preceitos destinado a constituir a base de uma política séria e responsável neste domínio, à semelhança do que acontece em alguns países europeus.
É neste contexto que a Sociedade da Língua Portuguesa (SLP) deve assumir as suas responsabilidades, conferindo ao problema o necessário pendor formativo. Todos conhecemos o duro combate que desde há vários anos é travado, pelas sucessivas direcções desta Sociedade, no sentido de procurar defender e divulgar o idioma pátrio. Como sobejamente conhecidas são, também, as inúmeras carências que têm entravado a realização deste projecto. De facto, é constrangedor que um Estado dito de Direito, possuidor de instituições de natureza cultural e educacional, não proponha uma reflexão produtiva sobre esta temática. Claro que a Língua não rende votos nas eleições nem proporciona a obtenção de lautos proveitos, mas também é verdade que o índice civilizacional de um país não se mede apenas em termos macroeconómicos. Que fazer, então, se não se nos afigura, a breve trecho, cenário mais favorável?
* Dotar os diversos organismos que pugnam pela Língua de capacidade financeira e logística para, dentro de um quadro de competências bem definido, e de acordo com as directrizes emanadas dessas mesmas jornadas, levar a cabo as missões atribuídas. Tal medida radica na necessidade de reestruturar a organoléptica dos diferentes organismos, adaptando os recursos humanos e materiais existentes às futuras necessidades.
* Dinamizar acções de formação e/ou actualização de todos os profissionais que utilizam na sua actividade a Língua Portuguesa.
* Promover medidas que condicionem a utilização abusava de estrangeirismos, os quais, quando em excesso, comprometem a vernaculidade da Língua e a inteligibilidade dos conteúdos veiculados. Neste contexto, parece-nos viável a atribuição de competências à SLP, que, na qualidade de organismo de utilidade pública, poderia desempenhar um papel regulador com a necessária idoneidade, desde que devidamente apetrechada a vários níveis. Convém salientar que o reconhecimento do estatuto de utilidade pública não se deve limitar à atribuição de diplomas de louvor de mérito, mas sobretudo à captação de vocações latentes para fins sociais e de engrandecimento nacional.
* Encarar o ensino da Língua Portuguesa e o de disciplinas que poderemos designar de nucleares (a História e a Filosofia) como o fundamento de uma consciência nacional que urge incrementar. Esta medida radica na verificação de que a ausência de identidade histórico-linguística, aliada à deficiente capacidade de arquitectar ideias e formular questões, muito têm contribuído para a inexistência de um espírito de verdadeira coesão em torno das questões da Língua. Não basta assumir medidas pontuais para solucionar questões que se agravam a cada ano que passa. Como não basta ensinar gramática quando erros de raciocínio comprometem a elaboração da frase mais simples.